terça-feira, 28 de julho de 2015

Cor

soubesse a cor do presente,
quando o mar nos encobriu.
perdida na dor, descontente,
achada no tempo que nos despiu.

da mesma cor do nosso beijo,
triste sorte que gritou traição.
nosso tom perdeu desejo,
nasceu do negro a solidão. 

mas a luz deu nome à vida,
minha cor ganhou lugar.
não há negro que nos persiga,
que não se acabe por calar.

sou da cor da memória,
alegre passo que me contém.
em cada fim uma vitória,
que em hora certa nos detém.

e de novo o sorriso gritou fulgor,
feito de esperança,
em viva cor.




segunda-feira, 20 de julho de 2015

Há um fado que nos habita

há um fado que nos habita,
sábia canção que nos abranda,
ressalta o que a sombra recita:
a tal solidão que nos comanda.

só a guitarra nos aquieta,

quando a rua só é nosso norte.
choro de rima com alma deserta
do Português que canta sua sorte.

e os que cantam sua verdade

pela noite que se apronta, 
rasgam de saudade
o que a triste cantiga nos conta.