encontro-me por detrás da luz submissa que se entrega a cada abraço dado pela rua neste tempo passado que se renova sem autorização. aquela luz morna que não nos encandeia, que não se evidência na noite, na rua dos poetas que entre passos se fazem ouvir em meus pensamentos.
essa luz que se envolve sem pressa nos braços dos que se dão e se perdem, nos sorrisos e nas lágrimas dos que recomeçam e terminam num ciclo de vida que nos retorna a casa. a luz é a nossa casa, princípio resumo de vida.
a luz estará aqui para nos envolver e nos amparar enquanto caminhamos. aqueles caminhos de rua mal planeados, caminhos sem tempo de tempos desencaminhados mas sempre acompanhados. prisma de cor que de nós faz parte.
Luz que de nós cuidas quando não nos sabemos encontrar. existes na manhã em que nasces, quando teus lábios provam o sabor da vida pela primeira vez e te despes para o mundo num desejo de renovação.
existes na tarde em que ganhas fulgor. percorres ardentemente as montanhas e deleitas-te galopante pela terra recém acordada.
existes na noite, nesta nossa noite dos poetas. luz que vai dormindo aos poucos. despede-se de quem dela alimenta num ultimo suspiro dado, um adeus pela noite que nos é certa e que nos leva para sempre.
luz que nos envolve, nos toca, nos dá vida e paixão. amor.
a luz que nos deixa ser seus enquanto a escuridão o permitir.
