Confronto com o mesmo sorriso as cores do verão, neste sol que se adormece.
O fim de tarde que nos empardece o espirito, nos alimenta a consciência e nos oferece a melancolia.
A visão desliga e o mistério ganha corpo.
O vestígio do calor permanece na memória das formas, nas essências e na sua matéria neste tempo de alento.
Um último olhar como recordação.
Mais um aviso de que há um fim.
Mais uma volta na roda do que é incompreendido.
Sol, dançamos descolados nesta dança de sombra e luz.
Giramos em passo discreto mas acertado pelo palco da inexistência.
Completo em ti minha criação e vagueio em teu nome.
Desenha uma eternidade perfeita, indeterminável suspiro a cada manhã.
És propulsor de vida e de razão.
És conhecedor do tempo e de suas feições.
És em caso último a esfera certa que nos detém enquanto nos liberta.