quinta-feira, 28 de abril de 2016

Inquietação

sei de uma inquietação.
um toque de rescaldo,
radiante quando se perde
nos braços da promessa.
manhã de dúvida
com sabor a amargura.
sente a ternura do medo, 
nas dores de sempre!

prendem mas não mentem
as feridas de um sonho,
onde rosas são dadas a cantar,
onde se orvalham novos poemas de amor.
a casa enfeitou-se com as cores de um sorriso,
dúbio ressalto que se embala nas notas do desassossego.

sente, sente a palavra que se medra nesta arcada
e vive o olhar cativo sem tempo... sem tento, 
num destemperamento de gestos e olhares.
nova tarde desta nossa primavera. 


terça-feira, 5 de abril de 2016

Mar

oceano, meus olhos cor de mar,
azul de sol, sede e maré.
corrente, o sonho de remar,
sábio perdido em tanta fé.

nada na onda, no seu sentido,
mergulha no mar, pobre pescador.
navega Oh! barco destemido,
encontra de novo teu criador.

regressa a casa, brando veleiro.
a tempestade voraz já se cruzou.
e dessa viagem, de tom primeiro,
só esta palavra nos restou:

já não sou rio, sou moinho de certezas,
sou água, sempre translúcida de sonhos.

corrente de vida
que soube desaguar,
nada lhe ficou porque hoje é mar.