imponentes mestres do enregelar,
congelaram a sorte pela fortuna.
consumiram e corroeram a vontade do outro
pela tristeza que há em ser-se apenas.
dóceis cães famintos
que continuam a correr pela carne.
que a vulgaridade vos intitule,
pobres animais.
cães famintos,
exploradores da desgraça,
desgraçados!
poderosos senhores do nada,
cheios de nada,
imaginam-se felizes com a justificação do marketing consumista.
pobres senhores do poder.
mais um zero para justificar a vossa pobreza
que é certa quando a verdadeira fome chegar.
o tempo se manobra e a fome é imperdoável.
falo da fome da verdade,
a fome do conhecimento,
a fome da cultura e da justiça.
não haverá maior justiça do que aquela que não vem de contenda
mas que se contraí pela simples
impotência humana: o fim!
personagens sem conteúdo.
seres vazios,
cheios de fome de ter.
deixem passar a manha de frio.
a minha fome é outra.
faça-se arte!