A perfeita destruição das coisas, do mundo pelas suas formas, é sobriedade decalcada. Passo lento dos que se encolhem, em vínea delineada, sobre a dor que lhes teima em pertencer… sem que a dor lhes pertença.
Nesta vitrine de enfeito sazonal nada se vê. Fachada ornamentada de perfeita aparência, cantiga bem cantada, realidade ignorada, passatempo do tempo que passa esperando a próxima estação. Cai o fruto, cresce a flor... perfeita cena sem mirada. Entretêm-se as vidas nas suas voltas. Aumentam-se as fugas, a diversão, gritam as dores da mente pela sua incompreensão.
Nesta passagem premeditada que não escolhe a piedade ainda há quem procure a realidade e a sua admiração. A dor da noção. A força da lucidez onde o lugar invisível ganha nova vista.
Saborear o fruto maduro, contemplar a flor desabrochada… sabor em perfeita condição, construção pelos sentidos, máxima perceção.
Estás realmente a prestar atenção?