Existimos na mesma morada, junto à rente estrada meia conspurcada pela falta de passada. Uma reta prevista, sem a velocidade atordoada. Esta linha que nos orienta, quase nunca encontrada, é signo de quem aguarda outra chegada. Movidos em função destinada, abrimos a janela para a rua e espreitamos a calçada. Uma e outra mirada espertam esta vontade ambicionada.
Fecha-se a janela, fecha-se a portada.
A rua com traço de sombra subsiste calada, nenhum vestígio de alma cruzada. A repetição tempera a madrugada. Esta ausência contemplada encontra hábito na história adiada, rara passagem mal interpretada. A porta é nossa única aliada. Convida a uma nova entrada, a outra sorte mais ponderada. Só assim a estrada se enche de alento - na caminhada.
Abre-se a janela, abre-se a portada.