terça-feira, 28 de abril de 2015

Depois de um Sonho

obscura comédia a que me entrego,
num olhar duro de negação.
há uma palavra breve que nego,
um medo que cheira a repressão.
indigesto limite no parecer do outro
crítica repetida de matriz censurada.
caí meu grito entre regras, já morto,
numa luta vulgar que se quer calada.
onde sou eu na pele em que habito
preso pelo desejo austero?
meu limite não se molda pelo restrito,
está acima da lei que eu tolero.
poema rebelde na canção do resistente.
grita sem rede, encontra a verdade!
encerra o silencio num final carente,
depois de um sonho, um sopro de liberdade.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Esperança

que meiga Primavera te faz sorrir.
mais uma manha dourada para te acompanhar.
mais um sorriso e um destino para te embalar o dia.
rompes o alvorecer bailando pela rua
e com olhos de criança airosa
perdes-te em teus passos.
és do sol e das estrelas,
para lá de onde o mundo te olha,
num lugar distante que te pertence,
sonho que te abraça e resguarda.
pela luz da tarde
desces a avenida cantando
a moda que a infância te ensinou.
amas o mar,
as cores, as noites estreladas e
cantas ao céu teu desejo.
acreditas na vida simples
de generosa arte,
onde as palavras servem apenas
para cultivar novos poemas.
és a esperança que sonha,
és o eterno menino alegremente
crente na mudança.