domingo, 20 de março de 2016

As Palavras

aonde o tempo não chega e o céu não habita
há uma terra que sabe a mar e um castelo de esperança que se constrói.
é lá que corre a pálida e sentida palavra que saltita,
que se entorna e se perde nos olhos dos que, por ela, andam perdidos.

poder ligar as palavras com a vontade da emoção é renovar seu sentido:
amar renova-se a cada olhar.
que termo belo e sombrio que nos detém;
morrer não se repete, nem se pronuncia em alta voz.
é uma palavra de lúgubre impregnada;
viver! oh viver! soas a tanto mas resumes-te a tão pouco!
é uma falácia para os que a consomem sem a devida intensidade;
sonhar, a libido para qualquer idealista.
acreditar no sonho é seduzir o próprio destino (para quem acredita nele);
sofrer. 
esta palavra cansa.
sofrer cansa!
se pudéssemos fazer uma pausa em cada sofrimento extrairíamos maior proveito da sua dor.
(...)

as palavras são uma prova de alma,
componente da razão.
poder viver cada palavra cantada é aumentar sua força,
eco perpétuo na sorte do seu entendimento.





terça-feira, 8 de março de 2016

Segue-me

segue-me,
pensa naquele lugar onde amar fez parte do sempre
e enlaça as tuas mãos na saudade que se desfaz com os teus olhos.

segue-me,
encontra o teu sentido que anda perdido pelo desejo
e descobre que o presente é uma soma de abraços passados com travo a futuro.

segue-me
entrega o resto da tua sobra à sensatez da razão
e sente cada lugar, cada paisagem, cada suspiro como verdade incompreensível.

segue-me,
contrapõe toda a dúvida com a emoção,
e arranca da pintura todas as cores que se prendem à estética do mundo irreal.

segue-me,
diz o que vez por detrás desta tela branca
e molda as tuas paisagens com as cores do teu sorriso.

segue-me...