quarta-feira, 8 de maio de 2024

Fruta Estranha

Acho que perdi a noção do que sou,
Mas em medo me caracterizo
Num prefácio sem fim. 

Prolongada introdução sem juízo. 


Formatei-me numa só vontade:

Amontoar o mundo num dilema

Ao colorir o meu orgulho ferido

Numa palavra órfã de poema.


Sou uma repetição entristecida.

Uma espera de corrida desvairada

Sem ter destino e hora de retorno. 

Uma passagem gasta e consumada. 


Sou o inútil que perdeu a temperança.

Fiquei apenas com o corpo que envelhece 

E com o espírito do criador enraivecido. 

Sou fruta estranha que apodrece. 

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