sábado, 15 de novembro de 2014

Silêncio II

havia uma história para contar,
mais umas quantas estrofes que ficaram por escrever
num poema escrito à pressa.
havia um pôr do sol a ser tocado,
uma brisa a ser partilhada que velejava
ao som do mar, entre os raios que subsistiam.
havia o barulho da cidade que embalava,
umas mãos que se davam,
livres a saltar para a corrida.
havia a sombra,
o medo acompanhado pelo riso
de umas quantas piadas mal contadas.
havia um olhar que compreendia,
que amparava,
e o mar mirava ao fundo
com olhos de confidente traiçoeiro.
havia uma promessa não vivida,
uma expectativa não cerrada
e o medo era o guia.
silêncio.
resta uma lembrança fabricada,
numa palavra fulgente.
um plano de veleiro,
navegante sem rumo.
uma viagem pelo tempo dos
que já não acreditam na pressa.

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