terça-feira, 1 de setembro de 2015

Miragem

destreza,
a que te fez dançar pela calada da noite.
enlaço constante que nos consumia,
trejeito com ar acanhado,
toque que se fez
e desfez na precisão inegável do contestável caos.
amanhã serás certeza.
na volta roubarão outro beijo puro que talhe tua dúvida
e te libere na verdade que nunca se cala
e que não se desmente.

na falta de toque canta-se o passado,
uma miragem,
um quadro de sala ao fundo iluminado
pela luz da rua que te fez entardecer.
tento cantar as cálidas planícies de verão,
o vento que nos eleva em alvorada gélida,
as árvores que nascem no alcance da luz
mas cantar sem querença é deambular
entre as sombras que nos atiçam
para a severa e rotineira existência.

vêm-se mais cores quando teus olhos acompanham os meus,
ouve-se mais, canta-se mais,
somos sempre mais.
é uma compreensão mútua e sincera,
vontade mais intensa de ver com teus olhos,
de cantar com teus poemas,
de ser o lugar que és.
enquanto não vens medram-se os poemas
e regam-se as palavras de bem-querer.
abertas as janelas para a primavera que se apronta.




Sem comentários:

Enviar um comentário