domingo, 2 de dezembro de 2018

Espectro


As promessas, entre linhas escritas, estão à quem do que ontem nos fora dito. O mal da vida vive no seu ínfimo desejo de a provar e de a comprovar. Belo fruto que não desculpa, eterno pensamento que já não presta!
Sabe a amargo de ser esta tarde, com cheiro de prosa mal lida, cheiro de canção inacabada, sem verso de remate. Este incompleto pensamento que, armadilhado pela fraqueza, se refaz e cai novamente em mim, constantemente. Refaz-se incerto, refaz-se dúbio em minha tão arrogante certeza. Queimo os todos os finais perfeitos, todos os desejos que não foram corrompidos e deixo que a minha miséria os enalteça através do pensamento. 
Tento em acreditar num ideal quântico, uma matéria sem razão, um corpúsculo perdido no espaço aonde se germina a luz sem tempo. Um dia esse pensamento será minha cidade no nosso lugar ilusão, e a matéria terá novas sombras sem as fronteiras do ser. Nesse lugar seremos a perfeita aclamação de um feito transcendente sem concreto que nos limite, sem teor que nos componha. 
No entretanto resta-nos a física e a sua causalidade nesta tão aparente realidade.

Viagem deslumbrante,
Um espectro, 
Luz.




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