O que pode ser de minhas mãos criado
Não será fruto, por minha sorte, colhido.
Será suspiro num embarcar entrelaçado,
Sem tempo nem rédea, num trono despido.
Perdemos o que nos tem aprisionado
E a memória pede celebração.
Fitamos tudo o que em nós é esperado
Num ato único de negação.
Negamos a vida e o seu proveito,
Corremos o presente em sua conclusão.
Ignoramos a sombra e o que em nós é defeito,
Somos mecânica de carne em repetição.
Repetimos o dia, mais um momento,
Trituramos a calma e a contemplação.
Sem pensarmos que este é o nosso templo
Sem pensarmos a vida e a nossa razão.
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