Acha-me no silêncio das distâncias e atenta-me somente em figura. Nesta arte do abandono que se alimenta do seu próprio deserto, do nada, nas noites mal iluminadas. O escuro que sossega, mas que afronta. Um ponto de prosa arqueado para o abismo. Um pensamento cismo defronte da batalha e dos seus fantasmas.
Acha-me nos dias frios, mas preserva-me da desgraça. Da sombra que aquece e embeleza sua armada caça. Uma farsa voltada para o costume da sorte. Um presságio que se aguça. Uma golpada de mestre e um coração partido. A dor da promessa e da morte.
Acha-me no espírito e inventa-me em todas as cores. Nesta devota ferida que em credo se rende. Uma armadilha plantada que suplanta qualquer sentido de certeza. Perdida natureza das ideias que se dissipam com o corpo. Inútil paisagem que prospera através da contemplação.
Acha-me e transcende-me. Continua-me...
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