sábado, 27 de janeiro de 2024

(Des)construção

Mais uma prosa com atraso e negação. Estou perdido no dilema repisado que recorta os dias. Uma estreita composição de rotina que se atenta pela noite, no repouso de mais uma volta. Adorno de medos que nutrem a lucidez. A vida tornou-se mais curta e a minha prosa mais reclamada. 
Anseio a extensão da calma para a satisfazer com promessas e pensamentos soltos. Uma composição desocupada de verso e disposição. A incoerência na forma. Uma frente sobrepujada ao lamento de uma vida. O sabor da serenidade que se dedica às horas mais teimosas. 
Anseio a melancolia com as suas manias. Estática. Composta pela cisma e com saudade do movimento. Com passo lento e penoso para refazer as tardes onde não se privam os silêncios. Compor o dia por momentos de total consciência. A sombra que muda, a nuvem que visita...
Anseio o descompasso onde o pensamento cabe com mais nução. Poder pensar sem prazo, pensar lentamente. Adormecer este entretém da mente, justificado pela construção do adulto e da imagem esperada. Desejo, assim, poder evitar a responsabilidade da minha existência. 

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