sexta-feira, 16 de maio de 2014

Liberdade

Que em tão velha memória se percam as dores das incertezas, presas na fuga de não querer ver. Ver o que as palavras não sentem. Ver o que o mundo não vê. Ver que a casa do inconsciente é feita de tábuas mal pregadas e telhados mal suportados, construídos em tardes atormentadas, noites mal acabadas.
VESTIR A PALAVRA DA RAZÃO É ENCOBRIR O GRITO DA INCERTEZA!
Tão certo o medo vence como a tempestade volta na sombra calma. Tão certa a noite vem e com ela a frescura da fome, a sede do que não se quer por muito que se queira. Essa sede és tu! Por mil portas que se fechem a fuga é constante. A fuga não vive em mim, a fuga é passiva de minha vontade. Cresce nas noites de silêncio onde mil sonhos se perdem na nossa verdade. A fuga vive em ti! Mil poetas com palavras de homens profetas sempre gritaram a fuga em cada cartada.
Não é mais fácil fugir?
Fugir não é perder a fome e ganhar a sede da alma nua, despida pela vontade de viver. É um grito sem sentido, abalado pela satisfação do que a razão alimenta… ou não. Alimentar o inconsciente através da sede do outro é perder o controle da razão. Que razão vive sem o descontrolo se até o próprio orgasmo de si é descontrolado? A fuga em si é descontrolo. Orientação desnorteada do que não se vê, sentido perdido na falsa certeza do que se quer ser.
O homem coragem não deu sentido à fuga. Correu a tormenta e encobriu os medos, fazendo deles a fronteira para a LIBERDADE interna, respeitando a sua natureza própria.

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