sábado, 27 de setembro de 2014

Silêncio I

a solidão já não me assusta.
sozinho me acompanho nas noites de Outono.
que mal há em ouvir meu silêncio?
o não querer mais do que um ligeiro sussurro num lugar distante?
mas o medo me surge.
há portas que se fecham para o incógnito do não conhecer.
há receio de não conter as leis do outro num sentimento que não existe
e que ardentemente é procurado na fogueira do desconhecido.
carente, crente, sedente me entrego à corrente do não afecto.
há verdade no silêncio que magoa.
aquele silêncio que me acompanha pelas ruas,
aquele barulho que se oculta no ruído da cinzenta locomotiva que é Lisboa.
há uma tela de sonho pintada pela esperança,
aquela que se constrói na perfeita evolução do tempo.
quero ser plenamente eu nos limites do meu carácter,
encontrando a razão que me sara do medo.
que medo se traduz em tal carência?
procuro a resposta nas páginas que leio,
num achar-me, num encontrar-me de todo com a verdade.

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