sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Mecânica de Seres

Mecânica de seres,
na hora da fuga te acho perfeita.
Teu barulho cai na ordem que se quer controlada e vazia,
num corte simétrico de sons que se encobre do estimulo.
Acordei da máquina uma vez mais e arranquei de meus braços os movimentos que me faziam correr num passo paralelo à sombra.
Cada vez que oiço aquele motor, aquele zunir,
oiço o silencio que se esconde no inconsciente,
que se desabita do estimulo.
Sou âncora agarrada ao maldito ranger que se assoma pela cidade.
Ser contaminado pelo impulso aparente do homem máquina que se julga avançado, sem nunca contrariar a sua própria rotação.
Caímos sempre no mesmo dia e noite,
no mesmo céu e sol que se quer igual e pacifico numa progressão lenta e calada.
A mecânica do homem é apenas essa.
O resto é entretenimento para os olhos,
no instante momento em que somos matéria.
Somos parte do barulho,
numa mecânica de seres.


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